A Boa Vista Castro Alves Sonha, poeta, sonha! Aqui sentado No tosco assento da janela antiga, Apóias sobre a mão a face pálida, Sorrindo — dos amores à cantiga. Álvares de Azevedo Era uma tarde triste, mas límpida e suave... Eu — pálido poeta — seguia triste e grave A estrada, que conduz ao campo solitário, Como um filho, que volta ao paternal sacrário, E ao longe abandonando o múrmur da cidade — Som vago, que gagueja em meio à imensidade, — No drama do crepúsculo eu escutava atento A surdina da tarde ao sol, que morre lento. A poeira da estrada meu passo levantava, Porém minh'alma ardente no céu azul marchava E os astros sacudia no vôo violento — Poeira, que dormia no chão do firmamento. A pávida andorinha, que o vendaval fustiga, Procura os coruchéus da catedral antiga. Eu — andorinha entregue aos vendavais do inverno. Ia seguindo triste p'ra o velho lar paterno. Como a águia, que do ninho talhado no rochedo Ergue o pescoço calvo por cima do fragued...