Crítica da Filosofia do Direito de Hegel - Karl Marx


Crítica da Filosofia do Direito de Hegel
Karl Marx
1843-1844
Escrito: 1843-1844
Transcrito por Eduardo Velhinho;
Fonte: The Marxists Internet Archive
Introdução à Crítica da Filosofia do Direito de Hegel
Na Alemanha, a crítica da religião chegou, no essencial, ao fim. A crítica da religião é a premissa de toda
crítica.
A existência profana do erro ficou comprometida, uma vez refutada sua celestial oratio pro aris et focis
[oração pelo lar e pelo ócio].
O homem que só encontrou o reflexo de si mesmo na realidade fantástica do céu, onde buscava um superhomem,
já não se sentirá inclinado a encontrar somente a aparência de si próprio, o não-homem, já que
aquilo que busca e deve necessariamente buscar é a sua verdadeira realidade.
A religião não faz o homem, mas, ao contrário, o homem faz a religião: este é o fundamento da crítica
irreligiosa. A religião é a autoconsciência e o autosentimento do homem que ainda não se encontrou ou
que já se perdeu. Mas o homem não é um ser abstrato, isolado do mundo. O homem é o mundo dos
homens, o Estado, a sociedade. Este Estado, esta sociedade, engendram a religião, criam uma consciência
invertida do mundo, porque eles são um mundo invertido. A religião é a teoria geral deste mundo, seu
compêndio enciclopédico, sua lógica popular, sua dignidade espiritualista, seu entusiasmo, sua sanção
moral, seu complemento solene, sua razão geral de consolo e de justificação. É a realização fantástica da
essência humana por que a essência humana carece de realidade concreta. Por conseguinte, a luta contra a
religião é, indiretamente, a luta contra aquele mundo que tem na religião seu aroma espiritual.
A miséria religiosa é, de um lado, a expressão da miséria real e, de outro, o protesto contra ela. A religião
é o soluço da criatura oprimida, o coração de um mundo sem coração, o espírito de uma situação carente
de espirito. É o ópio do povo.
A verdadeira felicidade do povo implica que a religião seja suprimida, enquanto felicidade ilusória do
povo. A exigência de abandonar as ilusões sobre sua condição é a exigência de abandonar uma condição
que necessita de ilusões. Por conseguinte, a crítica da religião é o germe da critica do vale de lágrimas que
a religião envolve numa auréola de santidade.
A crítica arrancou as flores imaginárias que enfeitavam as cadeias, não para que o homem use as cadeias
sem qualquer fantasia ou consolação, mas para que se liberte das cadeias e apanhe a flor viva. A crítica da...

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