Versão eletrônica do livro “Crítica da Razão Pura” Autor: Emmanuel Kant


Versão eletrônica do livro “Crítica da Razão Pura”
Autor: Emmanuel Kant
Tradução: J. Rodrigues de Merege
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Crítica da Razão Pura
Imanuel Kant
INTRODUÇÃO......................................................................................................................................................................3
I — DA DISTINÇÃO ENTRE O CONHECIMENTO PURO E O EMPÍRICO......................................................................3
II — ACHAMO-NOS DE POSSE DE CERTOS CONHECIMENTOS “A PRIORI” E O PRÓPRIO SENSO COMUM
NÃO OS DISPENSA................................................................................................................................................................4
III — A FILOSOFIA NECESSITA DE UMA CIÊNCIA QUE DETERMINE A POSSIBILIDADE , OS PRINCÍPIOS E A
EXTENSÃO DE TODOS OS CONHECIMENTOS “A PRIORI”...........................................................................................5
IV — DIFERENÇA ENTRE O JUÍZO ANALÍTICO E O SINTÉTICO................................................................................7
V — OS JUÍZOS MATEMÁTICOS S ÃO TODOS SINTÉTICOS.........................................................................................8
VI — PROBLEMA GERAL DA RAZÃO PURA................................................................................................................ 10
VII — IDÉIA E DIVISÃO DE UMA CIÊNCIA PARTICULAR SOB O NOME DE CRÍTICA DA RAZÃO PURA 12
PARTE PRIMEIRA - DA TEORIA ELEMENTAR TRANSCENDENTAL ..................................................... 15
ESTÉTICA TRANSCENDENTAL ....................................................................................................................................... 15
PRIMEIRA SEÇÃO............................................................................................................................................................. 16
DA ESTÉTICA TRANSCENDENTAL DO ESPAÇO........................................................................................................... 16
Exposição metafísica deste conceito ......................................................................................................................... 16
EXPOSIÇÃO TRANSCENDENTAL DO CONCEITO DE ESPAÇO.................................................................................... 17
Consequências dos conceitos precedentes ............................................................................................................... 18
SEGUNDA SEÇÃO.............................................................................................................................................................. 19
DA ESTÉTICA TRANSCENDENTAL DO TEMPO............................................................................................................ 19
Exposição metafísica do conceito de tempo............................................................................................................. 20
Exposição transcendental do conceito de tempo..................................................................................................... 20
Corolários destes conceitos....................................................................................................................................... 21
Explicação ..................................................................................................................................................................... 22
Observações gerais sobre a Estética transcendental............................................................................................. 25
Conclusão da Estética transcendental..................................................................................................................... 30
PARTE SEGUNDA - DA TEORIA ELEMENTAR TRAN SCENDENTAL...................................................... 31
LÓGICA TRANSCENDENTAL.................................................................................................................................... 31
INTRODUÇÃO .................................................................................................................................................................. 31
IDÉIA DE UMA LÓGICA TRANSCENDENTAL ................................................................................................................ 31
I — Da Lógica em geral ............................................................................................................................................. 31
II — Da Lógica transcendental................................................................................................................................. 33
III — Divisão da Lógica geral em Analítica e Dialética ....................................................................................... 34
1V — Divisão da Lógica transcendental em analítica e Dialética transcendental ........................................... 35
PRIMEIRA DIVISÃO DA LÓGICA TRANSCENDENTAL - ANALÍTICA TRANSCENDENTAL........ 37
LIVRO PRIMEIRO - DA ANALÍTICA TRANSCENDENTAL.......................................................................... 38
ANALÍTICA DOS CONCEITOS.......................................................................................................................................... 38
CAPITULO 1 - ORIENTAÇÃO PARA A DESCOBERTA DE TODOS OS CONCEITOS PUROS DO
ENTENDIMENTO............................................................................................................................................................. 38
PRIMEIRA S EÇÃO - ORIENTAÇÃO TRANSCENDENTAL PARA A DESCOBERTA DE TODOS OS CONCEITOS DO
ENTENDIMENTO............................................................................................................................................................... 39
Do uso lógico do entendimento em geral................................................................................................................. 39
SEGUNDA SEÇÃO - DA FUNÇÃO LÓGICA DO ENTENDIMENTO NO JUÍZO ............................................................... 40
TERCEIRA SEÇÃO - DOS CONCEITOS PUROS DO ENTENDIMENTO OU CATEGORIAS ........................................... 42
CAPITULO II - DEDUÇÃO DOS CONCEITOS PUROS DO ENTENDIMENTO ........................................ 49
PRIMEIRA SEÇÃO - DOS PRINCÍPIOS DE UMA DEDUÇÃO TRANSCENDENTAL EM GERAL................................... 49
Passagem à dedução transcendental das categorias............................................................................................. 52
DEDUÇÃO TRANSCENDENTAL DOS CONCEITOS PUROS INTELECTUAIS ............................................................... 54
A possibilidade de uma síntese em geral .................................................................................................................. 54
Da unidade primitivamente sintética da apercepção ............................................................................................. 54
O princípio da unidade sintética da apercepção é o princípio supremo de todo uso do entendimento ........ 56
Natureza da unidade objetiva da própria consciência........................................................................................... 57
A forma lógica de todos os juízos consiste na unidade objetiva da apercepção dos conceitos que neles se
contêm ............................................................................................................................................................................ 58
Todas as intuições sensíveis são submetidas às categorias como as únicas condições sob as quais o que
existe nelas de diverso pode reunir-se à consciência una..................................................................................... 59
A categoria não tem outro escopo que o conhecimento das coisas na sua aplicação aos objetivos da
experiência .................................................................................................................................................................... 60
Aplicação das categorias aos objetos dos sentidos em geral............................................................................... 61
Dedução transcendental do uso experimental geralmente possível dos conceitos puros do entendimento . 64
Resultado desta dedução dos conceitos do entendimento ..................................................................................... 66
Resumo Desta Dedução.............................................................................................................................................. 67
LIVRO SEGUNDO - ANALÍTICA DOS PRINCÍPIOS.......................................................................................... 68
INTRODUÇÃO - DO JUÍZO TRANSCENDENT AL EM GERAL......................................................................................... 68
CAPÍTULO 1 - DO ESQUEMATISMO DOS CONCEITOS PUROS DO ENTENDIMENTO................... 71
CAPITULO II - SISTEMA DE TODOS OS PRINCÍPIOS DO ENTENDIMENTO PURO ......................... 76
PRIMEIRA SEÇÃO -DO PRIN CÍPIO SUPREMO DE TODOS OS JUÍZOS ANALÍTICOS................................................. 77
SEGUNDA SEÇÃO - DO PRINCÍPIO SUPREMO DE TODOS OS JUÍZOS S INTÉTICOS.................................................. 78
TERCEIRA S EÇÃO - REPRESENTAÇÃO SISTEMÁTICA DE TODOS OS PRINCÍPIOS SINTÉTICOS DO
ENTENDIMENTO PURO..................................................................................................................................................... 80
I — Axiomas da Intuição ........................................................................................................................................... 82
II — Antecipações da Percepção ............................................................................................................................... 84
III — Analogias da Experiência ................................................................................................................................ 88
IV — Postulados do Pensamento Empírico em Geral..........................................................................................106
NOTAS ................................................................................................................................................................................117
INTRODUÇÃO
I — Da Distinção Entre o Conhecimento Puro e o Empírico
Não se pode duvidar de que todos os nossos conhecimentos começam com a
experiência, porque, com efeito, como haveria de exercitar-se a fa culdade de se conhecer, se
não fosse pelos objetos que, excitando os nossos sentidos, de uma parte, produzem por si
mesmos representações, e de outra parte, impulsionam a nossa inteligência a compará-los
entre si, a reuni-los ou separá-los, e deste modo à elaboração da matéria informe das
impressões sensíveis para esse conhecimento das coisas que se denomina experiência?
No tempo, pois, nenhum conhecimento precede a experiência, todos começam por ela.
Mas se é verdade que os conhecimentos derivam da experiência, alguns há, no entanto,
que não têm essa origem exclusiva, pois poderemos admitir que o nosso conhecimento
empírico seja um composto daquilo que recebemos das impressões e daquilo que a nossa
faculdade cognoscitiva lhe adiciona (estimulada somente pelas impressões dos sentidos);
aditamento que propria mente não distinguimos senão mediante uma longa prática que nos
habilite a separar esses dois elementos.
Surge desse modo uma questão que não se pode resolver à primeira vista: será possível
um conhecimento independente da experiência e das impressões dos sentidos?
Tais conhecimentos são denominados “a prio ri”, e distintos dos empíricos, cuja origem
e a posteriori”, isto é, da experiência.
Aquela expressão, no entanto, não abrange todo o significado da questão proposta,
porquanto há conhecimentos que derivam indiretamente da experiência, isto é, de uma regra
geral obtida pela experiência, e que no entanto não podem ser ta chados de conhecimentos “a
priori”.
Assim, se alguém escava os alicerces de uma casa, “a priori” poderá esperar que ela
desabe, sem precisar observar a experiência da sua queda, pois, praticamente, já sabe que
todo corpo abandonado no ar sem sustentação cai ao impulso da gravidade. Assim esse
conhecimento é nitida mente empírico.
Consideraremos, portanto, conhecimento “a priori”, todo aquele que seja adquirido
independentemente de qualquer experiência. A ele se opõem os opostos aos empíricos, isto é,
àqueles que só o são “a posteriori”, quer dizer, por meio da experiência.
Entenderemos, pois, daqui por diante, por conhecimento “a priori”, todos aqueles que
são absolutamente independentes da experiência; eles são opostos aos empíricos, isto é,
àqueles que só são possíveis me diante a experiência.
Os conhecimentos “a priori” ainda podem dividir-se em puros e impuros. Denomina-se
conhecimento “a priori” puro ao que carece comple tamente de qualquer empirismo.
Assim, p. ex., “toda mudança tem uma causa”, é um princípio “a priori”, mas impuro,
porque o conceito de mudança só pode formar-se extraído da experiência.
II — Achamo-nos de Posse de Certos Co nhecimentos “A Priori” e o Próprio Senso
Comum não os Dispensa
Trata-se agora de descobrir o sinal pelo qual o conhecimento empírico se distingue do
puro. A experiência nos mostra que uma coisa é desta ou daquela maneira, silenciando sobre
a possibilidade de ser diferente.
Digamos, pois, primeiro: se encontramos uma proposição que tem que ser pensada com
caráter de necessidade, tal proposição é um juízo “a priori".
Se, além disso, não é derivada e só se concebe como valendo por si mesma como
necessária, será então absolutamente “a priori”.
Segundo: a experiência não fornece nunca juízos com uma universalidade verdadeira e
rigorosa, mas apenas com uma generalidade suposta e relativa (por indução), o que.
propriamente quer dizer que não se observou até agora uma exceção a determinadas leis. Um
juízo, pois, pensado com rigorosa universalidade, quer dizer, que não admite exceção alguma ,
não se deriva da experiência e sem valor absoluto “a priori”.
Portanto, a universalidade empírica nada mais é do que uma extensão arbitrária de
validade, pois se passa de uma validade que corresponde à maior parte dos casos, ao que
corresponde a todos eles, como p. ex. nesta proposição: “Todos os corpos são pesados.”
Pelo contrário, quando uma rigorosa universalidade é essencial em um juízo, esta
universalidade indica uma fonte especial de conhecimento, quer dizer, uma faculdade de
conhecer “a priori”. A necessidade e a precisa universalidade são os caracteres evidentes de
um conhecimento “a prio ri”, e estão indissoluvelmente unidos. Mas como na prática é mais
fácil mostrar a limitação empírica de um conhecimento do que a contingência nos juízos, e
como também é mais evidente a universalidade ilimitada do que a necessidade absolu ta,
convém servir-se separadamente desses dois critérios, pois cada um é por si mesmo infalivel.
Ora, é fácil demonstrar que no conhecimento humano existem realmente juízos de um
valor necessário, e na mais rigorosa significação universal; por conseguinte, juízos puros, “a
priori”. Se se quer um exemplo da própria ciência, basta reparar em todas as proposições da
Matemática. Se se quer outro tomado do bom senso, pode bastar a proposição de que cada
mudança tem uma causa.
Neste último exemplo, o conceito de causa contém de tal modo o de necessidade de
enlace com um efeito e a rigorosa generalidade da lei, que desapareceria por completo se,
como o fez Hume, quiséssemos derivá-lo da freqüente associação do que segue com o que
precede e do hábito (e por isso de uma necessidade simplesmente subjetiva) de ligar certas
representações.
Também se poderia, sem recorrer a esses exemplos, para provar a existência de
princípios “a priori” em nosso conhecimento, demonstrar que são indispensáveis para a
possibilidade da mesma experiência, sendo portanto uma demonstração “a priori"...


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